A família Maciel é originária da França, mas se estabeleceu em Viana do Castelo, Portugal. João Maciel chegou ao Brasil pelo litoral paulista (São Vicente) em meados do século XVI. A partir dai os Macieis migraram para várias partes do país. Segundo Valter Cassalho, “Em 02 de fevereiro de 1746, Justo Domingues Maciel I obtém uma sesmaria de uma légua em quadra na paragem chamada Numbuca. Essas terras situavam-se nas proximidades do MORRO DO LOPO…”. Morro do Lopo situa-se no Estado de São Paulo no contraforte leste da Serra da Mantiqueira. Adentrando a serra os Macieis tiveram acesso para o Sul de Minas. E ali, seu filho Justo Domingues Maciel II casou-se em Baependi com Izabel Vieira, em 1777. Muito antiga e originária de uma sesmaria de 1738, a Fazenda da Roseta, teve importante papel no desenvolvimento econômico e social na região. De acordo com as épocas, após a abolição da escravatura, a Fazenda recebeu colonos de diversas origens como italianos, sírios libaneses e espanhóis.
A Fazenda da Roseta
Antiga morada da família do Barão de Maciel a Fazenda da Roseta situa-se no Município de Baependi, Estado de Minas Gerais. Nascido em 1837, em Baependi, Justo Domingues Maciel III era também conhecido como o Barão das Águas ou de Contendas. O então Coronel Justo Maciel iniciou suas atividades como tropeiro, levando produtos da Roseta para a corte no Rio de Janeiro e São Paulo. Foi Comandante Superior da Guarda Nacional, casado com Luísa Leocádia Ribeiro da Cunha. A Baronesa fez parte da comitiva que recepcionou a visita da família Imperial à Caxambu em 1868. Segundo consta , a Família Real também esteve na Fazenda. Justo Maciel foi Presidente da Câmara de Baependi durante o Império e também o primeiro Prefeito de Baependi após a proclamação da República, na época o regime era parlamentarista. Durante sua gestão foi criado o Distrito de Soledade de Minas, hoje já emancipado. Em 1884, acompanhou o Imperador Pedro II na inauguração da ferrovia “The Minas and Rio Railway”. Como empresário fundou e presidiu a “Empreza das Águas de Caxambu e Contendas” sendo considerada a primeira empresa constituída de engarrafamento de Águas minerais no Brasil.
Após a morte de Justo Maciel e Luísa Leocádia , a propriedade da Fazenda da Roseta passou a pertencer aos seus descendentes.
Entre os anos 1850 e 1950 a Fazenda da Roseta teve seu esplendor em termos de produção agrícola. Ao longo do tempo, a diversidade de atividades passou pelas plantações de fumo, produção de açúcar e cachaça, a suinocultura, carneiros, o café e a partir do inicio do século XX, a pecuária de leite e laticínios. Durante muito tempo, os produtos eram transportados por tropas de muares, conduzidas por tropeiros montados em Mangalarga Marchadores, até a corte no Rio de Janeiro onde eram comercializados. A partir de 1884, quando Dom Pedro II inaugurou a ferrovia “The Minas and Rio Railway” o trem ocupou o lugar dos tropeiros e o cavalo passou a ser utilizado apenas nas atividades internas da Fazenda. No inicio do século XX eram 25 retiros de leite descentralizados que produziam para o Laticínio Roseta em Conceição do Rio Verde ao lado da Estação Ferroviária. Essa engenharia agrícola não poderia funcionar sem os cavalos Mangalarga Marchadores. O gado leiteiro, segundo o jornal carioca “O Paiz” era importado das Fazendas Schaap em Deersurn-Nederland ainda hoje existente na Holanda. Conta-se que o Barão de Maciel utilizava dois Mangalargas por dia para vistoriar os serviços. Amarrados e à disposição do cavaleiro , os cavalos eram substituídos na volta do dia. Nessa mesma época, juntamente com o gado vieram os carneiros e cachorros dinamarqueses que eram uma paixão da família.
Em 1942, a casa sede da Fazenda passou por uma grande reforma substituindo parte de suas características coloniais por uma arquitetura neocolonial. Com o declínio das suas atividades produtivas, o patrimônio sofreu um forte desgaste e a partir de 2005 vem sendo restaurado para atender ao novo uso de turismo histórico – cultural.