Afinal, quem eram e o que faziam os tropeiros?
A palavra “tropeiro” volta e meia surge em alguma circunstância, seja em uma aula de história, uma conversa mais saudosista ou até mesmo na culinária, com o apreciado feijão tropeiro.
A verdade é que o tropeirismo marcou a história do nosso país, deixando uma herança cultural que pode ser percebida até os dias de hoje.
Quer aprender um pouco mais sobre esses importantes cavaleiros do Brasil? Então confira nosso post e boa leitura!
O parceiro do Mercado Livre da época
Se você já usou a internet para comprar, talvez tenha ouvido falar do site Mercado Livre. Nesse comércio eletrônico, pessoas de todo país compram e vendem produtos.
No site, depois que uma compra é fechada, o pacote é enviado para uma transportadora, que viaja com o seu produto até a sua casa.
No entanto, do início do século XVII até o começo do século XX, se o Mercado Livre existisse, a mensagem depois da compra seria: seu pacote já está em cima da mula e nosso tropeiro está a caminho.
E mais, se você está acostumado a prazo de entregas que duram apenas alguns dias, era melhor ser paciente.
A viagem dos tropeiros poderia durar semanas ou até mesmo anos, passando por diversas rotas por em vários estados do Brasil, como São Paulo, Rio, Minas Gerais e Paraná.
Estimativas mostram que eles chegavam a percorrer até 40 quilômetros por dia, percorrendo as estradas precárias daquele tempo.
Mais versáteis que o Rappi
Continuando com nossa analogia entre presente e passado, o Rappi é um aplicativo de entrega onde a pessoa pode pedir e receber em casa basicamente tudo.
Os tropeiros, como principais meios de transporte da época, também levavam e traziam uma gama extensa de produtos, como temperos, grãos, iguarias, ferramentas e vestimentas, para citar alguns.
Mas, diferentemente do Rappi, os tropeiros faziam algo a mais: o transporte de gados e outros animais.
Assim, uma atividade comum da época era a compra e venda de animais transportados pelos tropeiros.
Organização de dar inveja
Não é difícil imaginar como o tropeirismo era uma atividade perigosa e muito desafiadora.
Afinal, esses homens realizavam viagens longas por caminhos nem sempre fáceis de viajar — sem contar as vezes que eles mesmos tinham que abrir novas rotas.
Assim, os tropeiros desenvolveram regras e costumes para fazer dessa atividade algo viável.
Tropas
Segundo Messias Soares, no livro A verdadeira História da Cachaça, cada tropa era divida em lote de 7 animais que ficavam ao cuidado de um tropeiro. Além disso, cada animal carregava cerca de 120 quilos em mercadorias.
Embora cavalos tenham sido utilizados, os tropeiros davam preferência para as mulas, animais mais resistentes para longos percursos.
Alimentação
Já experimentou o feijão tropeiro? Pois é, a receita feita com feijão, carne de sol e toucinho é uma das heranças dos tropeiros.
Além disso, sabe-se que eles consumiam outros alimentos como farinha, fubá e café.
Obviamente, essa alimentação variava dependendo da região do país. Os tropeiros do sul, por exemplo, eram notórios por consumir a erva do chimarrão durante as viagens.
A cachaça, dizem os estudiosos, era apenas permitida em ocasiões especiais, para não atrapalhar o andamento e atividades da tropa.
Integração econômica e cultura
A importância do tropeirismo teve muitas ramificações na época em que o Brasil se desenvolvia e novos povoados surgiam.
O comércio dessas aldeias e pequenas aglomerações de pessoas dependiam muito das tropas que passavam no local.
Além de transportar, comprar e vender mercadorias, os tropeiros também movimentavam negócios locais, como pousadas e restaurantes.
Além disso, eles realizavam uma integração cultura, sendo meios de informação que transmitiam costumes, notícias e novidades de um canto para o outro no Brasil.
Podiam ser considerados o Google da época também? Brincadeiras à parte, é inegável a importância do tropeirismo para história e cultura do nosso país.
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